domingo, 10 de maio de 2009
GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOS DE TEXTO
TIPOS OU GÊNEROS TEXTUAS? EIS A QUESTÃO!
Percebemos, ainda hoje, que há um grande problema quando nos deparamos com textos e precisamos caracterizá-los como tipo de texto ou gênero textual. Realmente, em nossa correria, isso é muito comum de acontecer.
E para piorar ainda mais essa situação, infelizmente, a diferenciação não é adequadamente apresentada para os alunos. Vamos exemplificar:
( 1 ) “ Vende-se bicicleta seminova, pneus novos, totalmente equipada.Tratar com (fulana) – 3421 6740”
Isso é um tipo de texto ou é um gênero textual ?
Segundo “ L.A. Marchuschi ”* convencionou-se chamar de tipo de texto uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística, isto, é, um texto baseado em aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas. Enfim, textos que já apresentam estruturas padrões, como por exemplo - um texto narrativo do século XV, não se difere muito de um texto narrativo do século XXI, logicamente respeitando-se características lexicais e os modismos de cada época.
Outra argumentação interessante vem de Ingedore V Koch e Luiz C Travaglia ** ao dizer que um texto é entendido como uma unidade lingüística concreta e que preenche uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão, e daí, podemos tirar a conclusão que é perceptível as características padrões dos tipos de textos, sendo eles o narrativo, o descritivo, o dissertativo, o argumentativo, o injuntivo e o expositivo.
Já os gêneros textuais são vagas noções para se referir aos textos materializados que encontramos em nossa vida e que, o mais importante, apresentam características sócio-comunicativas. Além do mais, como será discutido adiante, os gêneros textuais surgem de acordo com a necessidade da sociedade e com o objetivo individual do autor.
Sendo assim, convenciona-se em ( 1 ) com um gênero textual, o gênero classificado, pois além de transmitir uma informação gráfica, ele ( 1 ) apresenta realizações concretas por propriedades sócio-comunicativas, como também constitui uma “ certa “ função em determinada comunicação, neste caso, classificados de jornais ou revistas.
Não se aprofundando na diferenciação entre tipo textual e gênero textual, na qual é instigante e merece uma pesquisa mais aprimorada, vamos apenas comentar, neste momento, sobre gêneros textuais e algumas de suas particularidades.
Os gêneros textuais, segundo L A Machuschi, são fenômenos históricos vinculados à vida cultural e social, sendo assim, eles surgirão de acordo com as necessidades da sociedade, isto é, os gêneros textuais se multiplicam conforme as novas tendências tecnológicas que surgem, e assim, consecutivamente também surgirão novas modalidades de escrita.
Então poderíamos questionar: em cada novo texto surgirá um novo gênero textual?
Acredito que não, pois existem certo padrões de gêneros, sejam eles na estética, no léxico e até mesmo no objetivo do autor, que caracterizam os gêneros já existentes, pois caso contrário, a cada momento teríamos uma nova classificação de gêneros textuais, já imaginaram a infinidade de classificações que teríamos?
Para exemplificar, em (1), temos o gênero classificado que será nomeado como gênero classificado em todas as situações que surgir a necessidade de se vender ou comprar algum material.
Por outro lado, grandes pesquisadores como L A Marchuschi, Ingedore V Koch nos apresentam os “ inter-gêneros”, isto é um gênero exercendo a função de outro gênero.
Para exemplificar essa argumentação basta apresentar um gênero poético com a função de fornecer uma receita de bolo, como será visto em (2):.
(2)
Faça um bolo com amor,
Ponha na tigela ½ kg de farinha de trigo,
Acrescente 2 ovos com margarina primor
Açúcar, sal ao seu gosto, e não esqueça do acrescentar o figo,
Para um toque de sofisticação o bolo ter...
( anônimo)
Um outro argumento bem aceitável, é a heterogeneidade tipológica, isto é, um gênero textual que apresente ao mesmo tempo vários de tipos de textos. E neste caso, a diferença entre tipos de texto e gêneros textuais é muito mais visível. Veja em ( 3 ):
(3)
Bilhete enviado ao colega de classe, sendo que eram irmãos:
“
E aí, beleza?
Como foi o beijo ontem?
Você chegou de mansinho, foi chegando, chegando e agarrou de vez ou foi logo de cara?
Aproveite, beijar é realmente muito bom!!!
Depois você me dá os detalhes...”
(anônimo)
Embora este texto tenha sido adaptado para este propósito, neste caso gêneros textuais”, percebemos aqui nitidamente o gênero bilhete e nele, algumas características de tipos de textos, como o injuntivo na primeira linha, o narrativo da segunda linha até a quarta e até o argumentativo na quinta linha.
Fica claro em ( 3 ), que se trabalharmos com modelos de textos adequados, podemos tranquilamente diferenciar o que é tipo de texto e o que é gênero textual, pois verificamos a presença de algumas características textuais e um único gênero.
Portanto, por que sempre procuramos as respostas através da dificuldade? Sabendo-se que a simplicidade ainda é o melhor caminho!!!!
* L. A. Marcuschi – Gêneros textuais: Constituição e Práticas sociodiscursivas
** Ingedore V. Koch – A coerência textual
Percebemos, ainda hoje, que há um grande problema quando nos deparamos com textos e precisamos caracterizá-los como tipo de texto ou gênero textual. Realmente, em nossa correria, isso é muito comum de acontecer.
E para piorar ainda mais essa situação, infelizmente, a diferenciação não é adequadamente apresentada para os alunos. Vamos exemplificar:
( 1 ) “ Vende-se bicicleta seminova, pneus novos, totalmente equipada.Tratar com (fulana) – 3421 6740”
Isso é um tipo de texto ou é um gênero textual ?
Segundo “ L.A. Marchuschi ”* convencionou-se chamar de tipo de texto uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística, isto, é, um texto baseado em aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas. Enfim, textos que já apresentam estruturas padrões, como por exemplo - um texto narrativo do século XV, não se difere muito de um texto narrativo do século XXI, logicamente respeitando-se características lexicais e os modismos de cada época.
Outra argumentação interessante vem de Ingedore V Koch e Luiz C Travaglia ** ao dizer que um texto é entendido como uma unidade lingüística concreta e que preenche uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão, e daí, podemos tirar a conclusão que é perceptível as características padrões dos tipos de textos, sendo eles o narrativo, o descritivo, o dissertativo, o argumentativo, o injuntivo e o expositivo.
Já os gêneros textuais são vagas noções para se referir aos textos materializados que encontramos em nossa vida e que, o mais importante, apresentam características sócio-comunicativas. Além do mais, como será discutido adiante, os gêneros textuais surgem de acordo com a necessidade da sociedade e com o objetivo individual do autor.
Sendo assim, convenciona-se em ( 1 ) com um gênero textual, o gênero classificado, pois além de transmitir uma informação gráfica, ele ( 1 ) apresenta realizações concretas por propriedades sócio-comunicativas, como também constitui uma “ certa “ função em determinada comunicação, neste caso, classificados de jornais ou revistas.
Não se aprofundando na diferenciação entre tipo textual e gênero textual, na qual é instigante e merece uma pesquisa mais aprimorada, vamos apenas comentar, neste momento, sobre gêneros textuais e algumas de suas particularidades.
Os gêneros textuais, segundo L A Machuschi, são fenômenos históricos vinculados à vida cultural e social, sendo assim, eles surgirão de acordo com as necessidades da sociedade, isto é, os gêneros textuais se multiplicam conforme as novas tendências tecnológicas que surgem, e assim, consecutivamente também surgirão novas modalidades de escrita.
Então poderíamos questionar: em cada novo texto surgirá um novo gênero textual?
Acredito que não, pois existem certo padrões de gêneros, sejam eles na estética, no léxico e até mesmo no objetivo do autor, que caracterizam os gêneros já existentes, pois caso contrário, a cada momento teríamos uma nova classificação de gêneros textuais, já imaginaram a infinidade de classificações que teríamos?
Para exemplificar, em (1), temos o gênero classificado que será nomeado como gênero classificado em todas as situações que surgir a necessidade de se vender ou comprar algum material.
Por outro lado, grandes pesquisadores como L A Marchuschi, Ingedore V Koch nos apresentam os “ inter-gêneros”, isto é um gênero exercendo a função de outro gênero.
Para exemplificar essa argumentação basta apresentar um gênero poético com a função de fornecer uma receita de bolo, como será visto em (2):.
(2)
Faça um bolo com amor,
Ponha na tigela ½ kg de farinha de trigo,
Acrescente 2 ovos com margarina primor
Açúcar, sal ao seu gosto, e não esqueça do acrescentar o figo,
Para um toque de sofisticação o bolo ter...
( anônimo)
Um outro argumento bem aceitável, é a heterogeneidade tipológica, isto é, um gênero textual que apresente ao mesmo tempo vários de tipos de textos. E neste caso, a diferença entre tipos de texto e gêneros textuais é muito mais visível. Veja em ( 3 ):
(3)
Bilhete enviado ao colega de classe, sendo que eram irmãos:
“
E aí, beleza?
Como foi o beijo ontem?
Você chegou de mansinho, foi chegando, chegando e agarrou de vez ou foi logo de cara?
Aproveite, beijar é realmente muito bom!!!
Depois você me dá os detalhes...”
(anônimo)
Embora este texto tenha sido adaptado para este propósito, neste caso gêneros textuais”, percebemos aqui nitidamente o gênero bilhete e nele, algumas características de tipos de textos, como o injuntivo na primeira linha, o narrativo da segunda linha até a quarta e até o argumentativo na quinta linha.
Fica claro em ( 3 ), que se trabalharmos com modelos de textos adequados, podemos tranquilamente diferenciar o que é tipo de texto e o que é gênero textual, pois verificamos a presença de algumas características textuais e um único gênero.
Portanto, por que sempre procuramos as respostas através da dificuldade? Sabendo-se que a simplicidade ainda é o melhor caminho!!!!
* L. A. Marcuschi – Gêneros textuais: Constituição e Práticas sociodiscursivas
** Ingedore V. Koch – A coerência textual
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Grande GESTAR II.....!!!!!
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